Introdução ao “Novo Testamento”

  • Coletânea de 27 livros escritos em grego;
  • O grego usado no tempo de Jesus era chamado de “koiné”, uma forma mais simplificada daquele grego usado na filosofia e em Atenas (grego ático);
  • A expressão “Novo Testamento” surge a partir do século II, mas como já dissemos nos posts anteriores, preferimos aqui “Segundo Testamento”, pois acreditamos se tratar de duas etapas de uma só revelação;
  • O principal conteúdo de toda Escritura pode ser a relação Deus-Povo;
  • O sentido bíblico de “Testamento” deve ser compreendido como desdobramento do termo hebraico berît בְּרׅית (aliança). Os dois testamentos são testemunhos teológicos e históricos dessa aliança que Deus fez com o ser humano;
  • No Segundo Testamento se expressa, assim, a “nova [e eterna] aliança” aperfeiçoada e encerrada pela revelação cristã. A novidade trazida por Jesus não está necessariamente no conhecimento da Lei, mas na sua prática interior e no testemunho público do amor a Deus e ao próximo;
  • A redação e composição desses 27 livros não se deu de forma homogênea, foi demorada e complexa (até o ano 150 d.C +/-.);
  • Temos que levar em conta a distância histórica, geográfica e cultural em que nos encontramos do seu ambiente  para buscar o sentido mais genuíno possível. No entanto, o que nos liga é a fé, saber que o testemunho de Jesus foi para todas e todos a “luz das nações” (Is 49,6);
  • Até a descoberta da imprensa (sécs. XIV-XV) os textos eram copiados-recopiados manualmente e quase inalterados;
  • Com o tempo, três questões foram surgindo em torno do que ficou conhecido por “Novo Testamento”: texto, ambiente e cânon, o que corresponde à autoria(s), estilos, etapas e local de composição, autenticidade dos textos etc.;
  • Conteúdo do Segundo Testamento: ensinamento ministrado por Jesus: “Assim também ordenou o Senhor que os que anunciam o Evangelho vivam do Evangelho” (1Cor 9,14); e a autoridade do Ressuscitado outorgada aos apóstolos: “Ainda que eu me orgulhasse um pouco em demasia da autoridade que o Senhor nos deu, para vossa edificação e não para vossa ruína, não teria de que envergonhar-me. (…) Pois merece a aprovação não aquele que se recomenda a si mesmo, mas aquele que o Senhor recomenda” (2Cor 10,8.18);
  • Primeiramente, esse ensinamento foi tradição oral até o desaparecimento dos últimos apóstolos, só tardiamente os primeiros escritos começaram a surgir, sobretudo com o apostolado e iniciativa de São Paulo a escrever;
  • Os Apóstolos e suas comunidades não pretendiam fazer um suplemento da Bíblia Hebraica (Lei, Salmos e os Profetas), foram as circunstâncias que os levaram a escrever;
  • Exemplo: os escritos paulinos (corpus paulinum) são cartas ocasionais. O próprio Apóstolo recomendava a leitura e propagação de suas epístolas pelas comunidades destinatárias e circunvizinhas: (cf. 1Ts 5,27; Cl 4,16);
  • A palavra Evangelho vem do grego εὐαγγέλιον (evaggélion) e significa “boa notícia”. O sentido técnico dessa palavra pode ser encontrado nesse trecho de Isaías:

Como são belos sobre as montanhas os pés [a corrida] do mensageiro que anuncia a felicidade, que traz as boas-novas e anuncia a libertação, que diz a Sião: “Teu Deus reina!” (Is 52,7);

  • Naquela época não havia correio, apenas emissários que levavam as notícias por via oral ou escrita, chamados de “arautos” (Ex.: Dn 3,4). Geralmente o atalaia/ sentinela (vigia) que ficava na torre da entrada das cidades e povoados já sabia se a notícia seria boa ou ruim pelo caminhar e semblante do arauto. Se a notícia fosse ruim, esse emissário poderia até ser morto, mas quando era boa, ele poderia vir saltando e feliz, como mostrou Isaías 52,7. Assim, o Evangelho é sempre uma boa notícia, novidade, e uma mensagem de quem tem autoridade;
  • Nessa perspectiva, é um grande erro teológico e litúrgico o(a) celebrante ler a introdução do Evangelho numa assembleia litúrgica pela fórmula “Anúncio do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo…”, pois essa palavra não é simples propaganda, mas proclamação, isto é, determinação, carregada de um poder capaz de transformar as estruturas interiores e o mundo. É palavra viva e real do Senhor, o logos (a palavra) encarnada do Pai. Como diria São Jerônimo, as Escrituras são o próprio Cristo que fala, e a pessoa que o comunica torna-se um “teóforo”, um “portador de Deus”, fazendo acontecer aquela profecia que diz “O Senhor Deus deu-me a língua de um discípulo” (Is 50,4);
  • Evangelhos sinóticos: “sino” = igual + “ótico” = olhar: vistos de uma mesma dimensão ou ângulo: Mateus, Marcos e Lucas;
  • Evangelho de João: aspecto teológico predominante;
  • São Justino mártir (100-150 d.C.) testemunhava que os cristãos liam quatro evangelhos nas assembleias dominicais, considerados obras dos apóstolos que continham a “história do Senhor”. Por volta de 170 já os considerava, finalmente, literatura canônica sem contestações;
  • Literatura paulina começou a circular primeiro, a partir de 1 Tessalonicenses, portanto, os próprios evangelistas poderiam tê-la utilizado;
  • Os livros do Segundo Testamento foram organizados de maneira lógica:
Imagem: Curso Bíblico Online
    1. Evangelhos – registram vida e obra de Jesus Cristo;
    2. Histórico (Atos dos Apóstolos) – registra o avanço do Evangelho;
    3. Epístolas (Cartas paulinas e católicas) – registram o desenvolvimento da doutrina do cristianismo;
    4. Apocalíptico – registra aspectos futuros do plano de Deus e reforça a esperança diante de uma comunidade perseguida e martirizada;
  • O Segundo Testamento é o manual teórico e prático do cristianismo que revela Cristo e a salvação que Ele traz.

1 comentário em “Introdução ao “Novo Testamento””

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